A produção de calçado vegan é uma das novas tendências que algumas empresas portuguesas levaram à maior feira internacional de calçado em Milão, MICAM (10-13 de Fevereiro). As empresas estão a aproveitar este crescente nicho de mercado, pelo que darão a conhecer o calçado português em Milão.
Segundo a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), “ser diferente num mercado cada vez mais global pode ser a chave do sucesso para muitas empresas”. Além disso, a Associação refere que, apesar de a produção de calçado português ser maioritariamente em couro, existe “um número crescente de empresas interessadas em diversificar o tipo de produtos que comercializam”, nomeadamente o veganismo e a sustentabilidade ambiental.
Uma dessas empresas é a Rutz – Walk in Cork, que usa a cortiça, um produto tipicamente português, na produção do seu calçado. Além disso, combina a cortiça com algodão, borracha natural para as solas e até mesmo “peles vegan”, tecidos alternativos à pele animal. A Rutz fabrica também artigos para casa e escritório em cortiça, como copos e loiça.
Outra marca que leva o calçado português até Milão é a Balluta, certificada pela PETA (People for the Ethical Treatment of Animals). A responsável da marca, Catarina Pedroso, desenha os modelos que são posteriormente fabricados em duas fábricas em São João da Madeira e vende online para a Alemanha, Áustria, Holanda, Estados Unidos e Reino Unido. Catarina Pedroso admite também que gostaria de explorar a Ásia, nomeadamente o Médio Oriente, Tóquio e Hong Kong.
A Lemon Jelly, de Vila Nova de Gaia, também marca presença na MICAM e admite que pretende ser oficialmente 100% vegan a partir do final de 2019. O responsável da marca, José Pinto, afirmou que a sustentabilidade é igualmente uma tendência e, por isso, a Lemon Jelly está a criar três modelos feitos com desperdícios da produção.
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